Salário mínimo pode subir até 9,56% no Paraná
Representantes do governo estadual, trabalhadores e setor patronal se reuniram nesta terça-feira (14), na Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, para definir as datas das próximas reuniões do grupo de trabalho criado para debater o reajuste do salário mínimo regional do Paraná deste ano.
As três propostas de aumento encaminhadas pela Secretaria do Trabalho ao Conselho Estadual do Trabalho preveem índices de 9,56%, 9,19% e 8,87%, todos superiores ao reajuste de 6,78% que elevou o mínimo nacional a R$ 724 neste ano. No ano passado, o aumento do piso paranaense foi de 12,7%, contra 9% do nacional.
Durante o encontro foram definidas as datas das duas próximas reuniões que irão acontecer nos dias 4 e 18 do mês de fevereiro, sendo que na reunião do dia 18 será definida a data de uma terceira e última reunião do grupo, que anunciará se houve ou não consenso sobre uma das três opções já apresentadas ou a criação de um novo índice de reajuste do salário mínimo regional.
O secretário estadual do Trabalho, Luiz Claudio Romanelli, disse que se não houver consenso na aprovação de uma das propostas ou na criação de um novo índice de reajuste até o dia 31 de março, será enviada ao governador e, posteriormente, para votação na Assembleia o texto inicial, com as três propostas.
Na reunião do dia 4 será definida uma data para que técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e do setor patronal se reúnam para expor suas metodologias de produtividade. “O objetivo é criar uma interação entre os setores que produzem dados utilizados como base, por exemplo, no reajuste do mínimo regional, garantindo, assim, mais legitimidade e transparência nas estatísticas de cada setor”, explicou Carlos Walter.
Além da análise das três propostas, temas como a qualificação profissional, valorização do emprego no setor industrial, antecipação da data-base de reajuste do mínimo, informalidade, rotatividade no emprego e saúde e segurança no trabalho serão debatidas nas próximas reuniões do grupo.
PROPOSTAS - Os três métodos de reajuste têm como base estudos da Secretaria do Trabalho, Dieese e Ipardes:
Opção 1 - Reajuste de 9,56%, equivalente à média das variações reais do PIB brasileiro nos últimos três anos mais a variação anual do INPC.
Opção 2 - Aumento de 9,19%, referente ao índice de atividade econômica regional do Paraná (IBCR-PR), calculado pelo Banco Central, mais a variação anual do INPC.
Opção 3 - Reajuste de 8,97%, equivalente à variação nominal (em 12 meses) do salário médio de admissão de grandes grupos ocupacionais abrangidos pela política do salário mínimo regional, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“Acredito que nas próximas reuniões chegaremos num consenso sobre o reajuste do mínimo, uma vez que já temos três opções de valorização a serem analisadas”, destacou Nuncio Mannala, chefe do Departamento de Políticas Públicas de Relações do Trabalho, da Secretaria do Trabalho, e membro do Conselho Estadual do Trabalho.
Carlos Walter Martins Pedro, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), destacou a importância do grupo na criação de uma proposta consensual. “Essa interação entre os setores patronal, trabalhadores e governo é muito importante para chegarmos num índice de reajuste definido com a participação de todos os setores”, frisou ele.
Para o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Paraná, Denílson Pestana da Costa, a expectativa é que o grupo aproveite a oportunidade que o governo estadual deu para construir um consenso sobre o reajuste. “A oportunidade agora é regular um setor da economia paranaense que não tem sindicado e também buscar a construção uma política permanente de valorização do mínimo regional”.
Participaram da reunião Denilson Pestana da Costa (presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Paraná e membro do Conselho Estadual do Trabalho do Paraná), Ernane Garcia Ferreira (diretor da Central Única dos Trabalhadores, presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação do Paraná e membro do conselho Estadual do Trabalho do Paraná), Ari Faria Bittencourt (presidente do Sindilojas e vice-presidente da Fecomércio do Paraná), Carlos Walter Martins Pedro (vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP), Nuncio Mannala (chefe Departamento de Políticas Públicas de Relações do Trabalho da Sets e membro do Conselho Estadual do Trabalho do Paraná), Julio Takeshi Suzuki Júnior (diretor do Centro de Pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes), Horácio Monteschio (diretor-geral da Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná- SEIM), João Francisco Zafaneli Cubas representante da Fecomércio e membro do Conselho Estadual do Trabalho do Paraná), Alexandre Donizete Martins (presidente do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba e representante da União Geral do Trabalhadores do Paraná), José Pires (representante da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Paraná), Sandro Silva (supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese) e Hélio Bampi (representante da Federação das Indústrias do Estado do Paraná – Fiep) e diretor do Sindicato das Industrias e Empresas de Instalação, Operacao e Manutenção de Redes, Equipamentos e Sistema de Telecomunicações do Paraná).